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Mostrando postagens de 2010

Ainda acredito em Papai Noel

Eu gosto muito do Natal, das expectativas e manifestações de carinho geradas por ele: as confraternizações que reúnem amigos que não se vêem há pelo menos um ano; os abraços dados em encontros ocasionais nas ruas do comércio ou shopping centers da cidade; a arrecadação de brinquedos e alimentos em prol dos mais carentes. Os momentos de comprar os presentes também são ótimos, pois apesar do consumismo inerente, é sempre uma ocasião de reunir a família, assim como a noite do dia vinte e quatro de dezembro, que hoje em dia, em minha opinião, é muito mais expressiva que o próprio dia vinte e cinco. No entanto, em outro tempo, não muito distante, o dia 25 era mágico para mim e para qualquer outra criança que acreditasse em Papai Noel. Toda criança tem um brinquedo dos sonhos, aquele objeto que geralmente é o mais propagandeado pelos veículos de comunicação e é também muito caro para alguns pais pagarem, mas a criança nunca entende isso. O meu era a Ferrari da Barbie. Todos os anos, ao escre

Sem Sabor

Uma das coisas que mais gosto de fazer nessa vida é comer. Se fosse questionada em uma pesquisa qualquer sobre coisas que você mais gosta de fazer, responderia comer e dormir, se bem que não consigo dormir se estiver com fome, então certamente comer seria minha resposta. Mas não pensem vocês, caros leitores, que sou uma profissional no assunto, ou que conheço culinárias diversas e de muitos países, até porque ainda não fui a nenhum outro país. Meu paladar está relacionado as minhas lembranças, principalmente da infância. Quando criança, nesta mesma casa que habito até hoje, morava uma tia que é exímia cozinheira, quer dizer a especialidade dela é fazer sobremesas, principalmente bolos, pudim, bolo pudim. Era o tempo também que minha casa era habitada por mais pessoas, e olha que hoje em dia mora gente pra caramba comigo, mas naquela época eram mais pessoas, mais crianças para disputar a colher de pau. A colher de pau a qual me refiro era um instrumento de trabalho de minha tia no prepa

Aviso de Desistência

Belém, 19 de Outubro de 2010 Neném, Estou lhe devolvendo algumas coisas que você havia me emprestado, apesar de você ter me dito que não usava mais nenhuma delas. Devolvo-lhe seu tênis que muito me serviu, apesar de ter ficado grande no meu pé, uma camiseta que você havia deixado em casa há algum tempo, relutei em devolvê-la, pois queria ficar sentido o cheiro de seu perfume, mas só conseguia sentir cheiro de “Omo Multiação” e devolvo-lhe também aquele negócio que passa dados para o computador que não sei o nome, você deve saber afinal é sua área de trabalho. Estou lhe entregando de volta esses objetos porque já tenho lembranças demais suas, materiais e em pensamento, e elas só iriam abarrotar o meu acervo sentimental. O que queria verdadeiramente era estar produzindo lembranças ao seu lado ainda. E olha que já tentei de tudo, utilizei desde os recursos de comunicação mais comuns até os altamente tecnológicos: Internet, SMS, telepatia, sinal de fumaça, código Morse, transmissão via sat

Experiências de Círio

Outubro. Segundo domingo. Círio de Nazaré. Como não poderia deixar de ser, escreverei algumas experiências vividas nessa festa tão bonita. Em setembro mesmo já dá para sentir o clima do Círio. Indo para a Universidade em um dia desse mês, avistei em uma esquina do bairro da Cremação um homem carregando aquele mostruário de fitinhas de Nossa Senhora, de todas as cores, vendendo 5 unidades por 1 real, então percebi que os dias de festa, procissão e confraternização estavam próximos. Aproveitei inclusive, durante a viagem, para relembrar meus Círios memoráveis. Sempre participei das procissões com a minha família, lembro meus pais me levando para caminhar na Trasladação ainda criança, eu ia toda eufórica, roupa e sapatos novos, tínhamos horário certo para sair de casa, por volta das 17 horas. Como morei a maior parte da vida na mesma rua, andávamos seis quarteirões de casa a Avenida Nazaré. Até aí tudo bem, mas andar toda esta avenida, depois a Presidente Vargas e Boulevard Castilho Franç

Amizade

Estava navegando na Internet e entrei em um site sobre literatura, pois agora que acho que sou escritora, procuro por concursos literários para que eu possa participar com minhas histórias. Encontrei um concurso sobre a amizade, ou seja, eu tinha que enviar um texto sobre a amizade e o prêmio era um livro sobre amizade, enfim, tudo na base dessa relação. Para participar alguns pré-requisitos tinham que ser cumpridos: o texto devia conter 1000 caracteres e devia ser enviado até 10 de junho de 2010. Como sou prolixa e jamais iria conseguir escrever tão pouco e como já estava em agosto de 2010 e, portanto, havia perdido essa oportunidade, ficou somente a ideia de escrever algo sobre a amizade. Poderia aqui contar inúmeras histórias sobre episódios vivenciados com minhas amigas ou falar sobre o que entendo sobre essa relação, mas preferi escrever fazendo uma homenagem as minhas amigas e amigos, pois tenho abusado dos mesmos ultimamente. Aviso: não escreverei nomes ou atribuirei característ

Aviso

Gostaria de informa-lhes, caros leitores, que Alice se foi e achou melhor não se despedir porque é muito emotiva e quis evitar rios de lágrimas. Se foi porque o mundo real já não estava lhe dando muita diversão e a estava fazendo pensar muito, e de modo racional. Alice não gosta de pensar de forma racional, torna as coisas, os acontecimentos e as relações muito sérias, a seriedade tira a graça, o cômico e o belo da vida. Como não achava mais diversão, nossa personagem voltou para wonderland, portanto, de agora em diante escreverei em primeira pessoa. Mas não se preocupem, amigos leitores, não contarei histórias tristes e sem graça, tudo que quero é evitar a tristeza e o insosso da vida, no sentido metafórico da coisa, e literal também, porque comida sem sal é horrível! Espero que gostem. Abraços, Bárbara.

Antes e Depois

Alice, apesar da pouca idade, era uma solteira convicta, orgulhava-se disso e dizia: “Já até sou tia!”. Ia para as baladas, enchia a cara e falava para as amigas: “Podem escolher”, referindo-se ao sexo oposto, isto é, as amigas podiam escolher o carinha na balada que mais as atraísse que Alice os fazia ficar com elas. Sempre funcionava e não era pretensão dela. Agia da seguinte forma: chegava junto, puxava uma conversa, jogava uma cantada, apresentava o pretendido a amiga e como num estalar de dedos conseguia seu feito. Achava essa tarefa muito fácil, para ela os homens eram uns bobos, também pudera, ela passava cada cantada que não convém aqui citar. No entanto, Alice era uma amadora consigo quando se tratava de assuntos do coração. Eventualmente ficava, sofria de “paixonites” efêmeras e em uma semana voltava a programação normal. Quando assistia Renée Zellwegger como Brigdte Jones sofria, porque queria encontrar seu Mark Darcy. Quando o filme terminava, Alice voltava a encarar a rea

Presente de Aniversário

A protagonista desta história não é Alice, a protagonista desta história se chama Hilda. Hilda é uma menina cheia de bons adjetivos. Uma das características mais marcantes de sua personalidade é a preocupação com o próximo, em sempre se colocar no lugar do outro para entender a dificuldade pela qual possa estar passando. É também cheia de boas ideias que a impulsionam a nunca ficar parada. Alice costumava chamá-la de “Fantástico Mundo de Bob”, dada a capacidade imaginativa da amiga. E o melhor de todas as suas qualidades é sua veia cômica, ou todos os vasos sanguíneos cômicos, que perpassava a ironia, às vezes. Quando falavam pra ela: “Teu nome nem combina contigo, tu és tão novinha”, ela respondia: “Por um acaso vou ficar nova pra sempre?”. E foi num desses momentos de boa ideia que Hilda organizou uma viagem, em uma final de semana de férias para Marudá, cidade do litoral paraense. E pensou que podia também conhecer a Ilha de Algodoal, destino turístico paradisíaco, com uma praia enc