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Mostrando postagens de 2021

Exaustão aberta? Acenda o farol!

 - O que estás fazendo? - Preenchendo pagelas de notas. - O que são pagelas? Acreditas que li panelas?! - Há! Há! Há! Deves estar com fome ou com vontade de bater panela para gritar um "Fora, Bolsonaro!". Pagela é um documento para preencher as notas dos alunos. - Agora entendi. Podes fazer um pix para o supermercado das meninas? Dez segundos depois... - Já fix! - O que é isso? Não entendi. - É a contração de fiz + pix: fix. A frase fica longa e cacofônica: “já fiz o pix”, melhor dizer logo: “fix”. - Nossa! Poesia total. - Há! Há! Há! Essa pandemia precisa acabar. - Vejo cansaço em tudo. Olha essa foto. - Ficou ótima essa foto! "Exaustão está aberta". Há! Há! Há! Já deu uma crônica aqui. Peraí que vou escrever senão esqueço. - Vou mandar uma foto melhor. - Por isso que agora passo o dia ouvindo música. Acenda o farol, já dizia o grande Tim Maia. - Adoro essa música! - Então vai logo ouvir e fechar a exaustão.     

Como vivem os idiotas ou até quando?

Uma conversa entre uma criança de 5 anos hoje em dia e uma criança de 5 anos há cerca de uma década, por exemplo, não teria o mesmo grau de seriedade e comprometimento consigo mesmo e com o próximo que existe atualmente: “Benjamin, vamos fugir pra Mosqueiro?”, “Você quer ir pra praia?”, “Ai, meu filho, eu quero...”, “Mas não pode, Babi, tem o coronavírus!”. E a conversa se encerra, com uma pessoa adulta encurralada por uma criança de 5 anos. É público e notório as mudanças na rotina causadas pela pandemia do coronavírus. Em maior ou menor grau, populações do mundo todo tiveram que encarar uma nova realidade que incluía ficar em isolamento social, estabelecer pouco ou nenhum contato físico e hábitos de higiene mais rigorosos, até mudanças na forma de consumo, com acesso a serviços de aplicativos de entrega de produtos dos mais variados, desde medicamentos, vestimenta até pão careca. Mas também é sabido que esta nova realidade não foi acessível a todos, de um lado, pela necessidade d

Minha querida Clarice

Belém, 24 de janeiro de 2021 Minha querida Clarice, A pandemia está aí, ela não arrefeceu! Ouço pessoas dizerem: “ah, quando eu estava em quarentena...”. Eu continuo em quarentena e uso máscara. Claro, já dei minhas escapulidas: um chopp naquele barzinho preferido, uma volta no shopping que mais pareceu correria, um almoço no japonês, um passeio pela beira do rio que deram a sensação de que estou no mundo ainda. Mas faltou uma praia. Ah, um mergulho em Mosqueiro... Sei que você não gostou muito de lá, tinha mosquitos e a luz apagava cedo para você ler. Mas eu gosto e acho que passaste pouco tempo lá. Porém o Benjamin me lembra a cada vontade minha de ir: “não pode ir pra praia, né Babi?! O coronavírus tá aí!”. E uma criança de 5 anos me traz de volta a realidade entediante.  Reclamo como você, quando as cartas de suas filhinhas Tânia e Elisa demoravam a chegar quando estavas morando em Nápoles, porque estou em casa há cerca de onze meses, e antes eu podia fazer as coisas mais comuns do