Aviso de Desistência

Belém, 19 de Outubro de 2010

Neném,

Estou lhe devolvendo algumas coisas que você havia me emprestado, apesar de você ter me dito que não usava mais nenhuma delas. Devolvo-lhe seu tênis que muito me serviu, apesar de ter ficado grande no meu pé, uma camiseta que você havia deixado em casa há algum tempo, relutei em devolvê-la, pois queria ficar sentido o cheiro de seu perfume, mas só conseguia sentir cheiro de “Omo Multiação” e devolvo-lhe também aquele negócio que passa dados para o computador que não sei o nome, você deve saber afinal é sua área de trabalho.
Estou lhe entregando de volta esses objetos porque já tenho lembranças demais suas, materiais e em pensamento, e elas só iriam abarrotar o meu acervo sentimental.

O que queria verdadeiramente era estar produzindo lembranças ao seu lado ainda. E olha que já tentei de tudo, utilizei desde os recursos de comunicação mais comuns até os altamente tecnológicos: Internet, SMS, telepatia, sinal de fumaça, código Morse, transmissão via satélite, entre outros. Todos levavam a mesma informação: “Te Amo! Vamos tentar? Quero conversar. Preciso te ver!” Entretanto, não obtive resposta positiva.
Diante dos fatos venho a público dizer então que desisto de você! Não por querer, até porque tenho energia, força e criatividade suficientes para continuar tentando, mas porque meu lado racional, lógico e sensato disse que estava cansado e que ia embora assim como fez nossa tão conhecida Alice. Com risco de perder a sanidade, então resolvi, como já disse acima, desistir de você.
Fique sabendo que não é fácil, é estranho. Conto agora com o tempo...

Com amor,
Você sabe quem.

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