Pirão de mãe é mais gostoso
Aos domingos minha mãe costumava cozinhar. Fazia comidas deliciosas para saciar o apetite das filhas, pelo menos de duas delas, uma é chata para comer, como diz Claude Troisgros. Lasanha, grão de bico com linguiça, bife, arroz e feijão preto, salada, bistecão com farofa e tantas outras comidas que ficaram na minha memória. Ela tinha um ritual para cozinhar: cortava os temperos, cozinhava, arrumava a mesa, lavava toda a louça, suava e ia tomar banho, não sem antes mandar a gente sentar e comer: “Não precisa me esperar". Quando voltava, exalava o seu cheiro de Mithus Manhã, servia a comida no prato e tacava farinha por cima. E comia suspirando, enquanto o suor ainda escorria pelo colo e se misturava com os respingos de perfume: “A gente toma banho e não para de suar", reclamava. Também pudera, remava um baita dum pirão. Tinha magia naquele pirão. Eu a assistia comendo e ficava com água na boca, com olho grande para o prato dela, na verdade: “Tu queres um pouco?", ela ca