Crônica nova, vida que segue

Por três vezes tentei escrever uma história nova para postagem no Blog. Na quarta tentativa consegui, ou pelo menos eu acho que consegui chegar a alguma coisa que parece ser um texto. Demorei, pois estive a procura de elementos para compô-la e também de criatividade, que acho que gastei toda escrevendo sobre os escravos que trabalhavam em Belém na primeira metade do século XIX! Descobri que a própria vida e suas mudanças seria o tema da crônica nova.
Esse tema surgiu depois de dois noivados. Calma, leitores, eu não noivei, quanto mais duas vezes. Dois amigos meus noivaram e soube da novidade essa semana, o que me deixou muito feliz e também me fez refletir bastante sobre a vida e suas mudanças. Um dos amigos que noivou na verdade é uma amiga, de longa data. Ela mora longe de mim, mas é dessas amigas que não se precisa conversar muito nem todos os dias para manter a intimidade, a cumplicidade, o amor, eles continuam lá, intocáveis, no mesmo lugar, mesmo distante muitos mil quilômetros e só de ouvir a voz pelo telefone ou pela interrogação da mensagem dá pra saber o estado de espírito. E pensar que há mais ou menos seis, sete anos nós nos divertíamos no Solamar, sexta e sábado, no mesmo final de semana! Quando eu dançava reggae, ela ouvia rock e pedíamos juntas pra tocar “System! System!”. Viajávamos para Algodoal e mesmo sem querer vivíamos aventuras ou desventuras. E o melhor de tudo, que tenho que confessar a vocês: jogávamos I Ching! Aquele oráculo chinês das três moedas. Enfim, jogávamos para tudo: trabalho, estudo e amor, principalmente amor. O pior era interpretar o que aquelas cartinhas queriam dizer. Claro sempre a nossa maneira e intenção. Era muito divertido. Daí vieram as mudanças: ela ficou na Fisioterapia, eu fui pra História; ela foi pra São Paulo, eu fiquei em Belém. Mas creio que nós soubemos lidar bem com elas, as mudanças (eu acho). O outro amigo é mais recente, mas não menos amigo. Primeiro senti inveja dele, por causa da sua inteligência. Foi o primeiro lugar da seleção do mestrado e tirou a maior nota na prova escrita! Até a fase da entrevista só sabia o nome dele. Neste dia pude então conhecê-lo e parei de sentir inveja porque ele virou meu amigo e acho que por osmose eu passei a absorver a inteligência dele! Passamos juntos então a estudar, reclamar, nos empolgar e desempolgar com o mestrado. Ele também esteve presente num dos momentos mais chatos, difíceis e imóveis da minha vida. Quando eu realmente precisava quase que ficar imóvel, deitada numa cama por causa da hepatite. Ele me dava os textos pra ler, dicas de como fazer os artigos finais das disciplinas e força pra voltar para o mestrado. Mas daí veio o segundo ano e as mudanças, raramente nos víamos, ele pesquisando a maçonaria, eu a escravidão; ele pesquisava no CENTUR pela manhã, eu a tarde. Agora ele foi para o Mato Grosso do Sul, eu fiquei em Belém. Mas creio que nós saberemos lidar bem com elas, as mudanças (eu acho). Afinal, o tempo vem, passa, leva ou transforma tudo a nossa volta, deixando as lembranças, boas, muito boas, as melhores.

P.S.: Aos ciumentos ou ciumentas, esta história é para todos os meus amigos e amigas, os que estão perto, muito perto, os que estão longe, muito longe, e que aproveitam a vida e suas mudanças.

Comentários

  1. Gostei da vida que segue... e como diz a Luana:"amadurecer é muito bom, tô adorando chegar aos trinta"!

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  2. É Babi, período de mudanças intensas e significativas, acho que também tô aprendendo a lidar bem com elas, ótimo texto como sempre, parabéns!

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  3. Não gosto muito da ideia de chegar aos trinta, não! mas esse texto caiu em momento que estava fazendo um balanço de quanto a minha vida mudou, especialmente nos últimos 4 anos, o que e quem realmente importa?
    é Babi, sabias palavras

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Declaro solenemente perante todos que de perto ou de longe é um prazer estar no hall dos amigos da babi!

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