Pestana ou A Incrível História do Hotel que fazia engravidar
Há cerca de um ano, em uma
viagem de fim de ano para comemorar ano novo e vida nova, engravidei de meu
primeiro filho. Como todos sabem como se gera uma criança, não se torna
necessário recorrer ao conto da cegonha, mas se faz necessário narrar sobre o contexto
que contribuiu para o final da incrível história do hotel que fazia engravidar.
Vigésimo primeiro andar, janela
ampla, céu azul, oceano Atlântico, brisa do mar... Cama confortável, lençol de
fio egípcio, luz natural, cortina entreaberta... Não necessariamente nesta ordem,
era composto o cenário do hotel em que me hospedei para comemorar ano novo e
vida nova, como já dito anteriormente, – e que seria muito mais nova do que eu poderia
esperar – e que tornou a probabilidade de engravidar muito alta, na medida em que
o clima natalino tropical de Réveillon e a falta do preservativo foram fatores
preponderantes para a concepção do rebento libriano.
Mais ou menos um ano depois,
numa tarde na praia entre amigos, esperando o sunset e comemorando a liberdade e a cerimônia de um casamento
primaveril em pleno verão amazônico, descobri que aquele (ler com forte entonação) hotel possuía, na verdade, o
incrível poder de fazer engravidar, na medida em que todas as suas suítes
possuem janelas com vista para o mar, lençol de fio egípcio, luz natural e
clima natalino tropical de Réveillon o ano todo, fazendo engravidar casais distraídos
com a paisagem e outras coisas enebriantes.
Dizem as más línguas que de
lá já saíram grávidas centenas de milhares de mulheres. Nascem os pequenos já
marcados pela história, que pode ser um conto ou ainda uma lenda. Os desavisados
ou os que fazem pouco caso, nove meses depois engrossam as fileiras das
maternidades, contribuindo para o crescimento demográfico do país. Os precavidos
preferem manter distância do hotel ou simplesmente usar camisinha.
O que se sabe ultimamente é
que a história está correndo o país, gerando uma corrida em busca de reservas
entre aqueles que tem como certo o poder daquele lugar. Muitos nem saem do
quarto, não se interessam em “passar uma tarde em Itapoã, ao sol que arde em
Itapoã, ouvindo o mar de Itapoã”, fazendo vir ao mundo Alices, Marias, Josés e
Benjamins... E quando chega o fim do ano, Simone sempre pergunta: “então é
Natal e o que você fez?” Eu encho a boca e respondo: – Meu filho!
O que desejo àqueles que
ainda leem esta escritora muito sazonal é um Feliz Natal e um Próspero 2016! Que
seja um ano de pequenas e grandes conquistas, que vão desde tomar um bom (ler com forte entonação) banho,
cortar a própria comida, comer devagar, dormir a madrugada toda; ler um
capítulo inteiro de um livro, escrever uma lauda, terminar uma tese; até testemunhar o filho engatinhar, comer sozinho, dar os primeiros passos e falar
mamãe.
Adorei a história e também saber que existe um hotel com esta fama. Amo ler e escrever, principalmente "asneiras" cotidianas que povoam nossa feliz e leve realidade... Um dia crio coragem de publicar. Rsrs.
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